resume em todo nosso universo. Um instante, um cheiro, uma visão, um
insigte, uma descoberta... O mundo para, ou gira diferente. Em sua
órbita, uma atmosfera de amor e ternura nos envolve e, de algum modo,
nos absolvem de tudo que houve antes. São vivências perfeitas, infinitas
na sua paz e radiosas, a sua própria maneira. Têm o prazer de fazer
brotar luas e sóis de perspectivas novas em nosso ser, de desanuviar as
interrogações inerentes à consciência humana
Hoje tivemos um desses momentos, Mariles e eu. Estêvão e Vi andavam
de velotrol na rua, enquanto nós seguimos de mãos dadas. Meu passo
orientado pelo passo dela, os pezinhos calçados com sandálias de
plástico batendo ritmadamente nas pedras do calçamento. Seus dedos
apertando a minha mão com força, enquanto ela ria para o mundo ao seu
redor. Dava tchau para os cachorros, para as outras crianças,
encantava-se com uma folha seca caída no chão.
Ela nem sabia andar, e agora estava lá, empenhando todos seus
recursinhos para ir da casa até o montinho de areia, e depois voltar,
passando pela casa e indo até perto do "degrausão".
Mariles Estela, flor e estrela dentro de nós, o mundo e o infinito
em nossas vidas, delicadeza se derramando e, de algum modo, harmonizando
tudo em mim.
Obrigada, pequenininha...
