quinta-feira, 8 de outubro de 2009

3 meses...

Então o tempo passou. O desconforto da gestação deu lugar a sua
presença diária e quentinha entre nós. Dedinhos segurando com força,
maõzinhas se estendendo na esperança de segurar algo, gritinhos
esporádicos, risadinha de satisfação, barulhinhos de desconforto, de
vitória inequívoca por fazer um simples cocô.
Então você é, está, agora, já.
3 meses é muito tempo, mas parece também pouco
Pouco tempo demais pra tanto amor, pra tanta ternura, pra tanta vontade
de viver.
tanta vontade que até faz parecer que esse mundo vale mesmo a pena
Que pode ser, um dia, massa de modelar nas suas mãos,
apertando com vontade de ideal o barro da história
Moldando-o a custa de testemunhos
até adquirir a textura de um sonho
a composição de uma idéia.

Bem dá pra te imaginar crescendo
multiplicação de vontade
peneirando os fatos
elaborando-os ao teu gosto
ampliando teu máximo
Num esforço contínuo.

3 meses então.
Como acreditar que em breve serão anos?
Como acreditar que o tempo que nem tanto me muda vai te mudar tanto, na
próxima década?
Ah, Deus, Mariles... Quantos conceitos grandes em uma mente pequena
como a minha!
Tanto amor imenso sobrepairando o limiar das minhas tantas limitações!
Como te dizer de tudo que vive e é na nossa casa, enquanto você faz 3
meses?
Como te dizer das mamadas noturnas, dos banhos cúmplices, das coisas que
todo bebê do mundo faz, mas cuja repetição não contribui para a
dessensibilização?

Eu sou de menos para tanta beleza
Mas espero ter forças e caráter suficiente para te ajudar a engendrar e
lutar pelos próprios sonhos.
Por que sem a força para se lutar pelo que realmente queremos e importa,
não sei se resta muito mais pelo que viver e morrer, nessa vida.