segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Marilando

Mariles é o nome mais poético que já vi. Até hoje, adequou-se a todas as
rimas que nossa ternura soube inventar. Com efeito, Mariles rima com
pequeniles
amiguiles
guliles
dormiles
bonitiles
grandiles
artiles

meniniles...
E muito mais.

Sua vida se derrama por nós e em você nós derramamos nossa vida.
Pela manhã, esta é uma das primeiras perguntas que escuto:
- Mamãe, onde tá a minha Maliles?
E quando seu pai chega do trabalho, não demora muito para querer
saber como você ficou durante a tarde.
A vida escorre delicada e fácil, no ritmo dos seus quase cinco
meses completos. No ritmo do seu primeiro dentinho, que machuca para
sair. No ritmo do seu corpinho, aprendendo a virar de lado e
ambissionando sentar-se. No ritmo dos seus dedinhos se fechando sobre
os nossos dedos, sobre os nossos cabelos, sobre os objetos, sobre o
vidro de sabonete do banho. No ritmo do seu choro, alto, exigente e
descontrolado, quando você decide que alguma coisa é inaceitável.
NO ritmo dos seus cabelinhos que crescem junto com você. No ritmo do
nosso amor, que apenas almenta. No ritmo do teu ritmo. No ritmo do nosso
ritmo. No ritmo do nosso amor entrelaçando-se por todas as nossas
fibras, usando quatro corações para construir seu lar, lar de Marilar,
casa de Mariles.